quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Irã, o tigre de papel da política internacional

Apesar de todo perigo representado por Mahmoud Ahmadinejad, presidente iraniano é um mágico de um único truque, sempre com os mesmos argumentos

Roger Cohen The New York Times - O Estado de S.Paulo
No mês passado, tomei café da manhã em Nova York com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Outros jornalistas almoçaram ou jantaram com ele. A paixão de Ahmadinejad pelo Imã Oculto, cuja volta iminente ele espera, só se compara com sua paixão pela imprensa ocidental.
Naquele momento, decidi não escrever sobre o encontro. Estava muito aborrecido - com o alvoroço da mídia, com as provocações de Ahmadinejad e com a esterilidade do atual debate sobre o Irã, girando sempre em torno da propagação do medo, da ignorância e do deplorável cozido ocidental de cenouras e porretes.
Ahmadinejad é um mágico de um único truque. Seu jogo é o de dois pesos, duas medidas. Questionado sobre o programa nuclear iraniano, ele retrucará com o arsenal nuclear não declarado de Israel. Questionado sobre as dificuldades econômicas do Irã, ele responderá com os manifestantes americanos de setembro de 2008. Questionado sobre a proliferação da pena capital no Irã, ele apontará a execução no Texas. Questionado sobre mentiras iranianas, contra-atacará com direitos humanos e a prisão iraquiana de Abu Ghraib.
Não surpreende que, no mundo "pós-americano" de Fareed Zakaria, ele tenha um público. Ele é um adepto contumaz, com um toque de Tony Curtis em O Homem que Odiava as Mulheres, de mudar de personalidade com assustadora facilidade.
Juntem algumas loucuras para ganhar manchetes - o 11 de Setembro auto-infligido, ou o Holocausto como invenção, ou "o Irã é o país mais livre do mundo" - e teremos um astro e vilão midiático pós-moderno.
E o que todas essas palavras significam? Eu diria que não muito além da miséria desnecessária para 71 milhões de iranianos isolados. O sujeito late muito e morde pouco.
Ahmadinejad é hediondo, mas não creio que seja perigoso. Algumas pessoas o consideram ameaçador, é claro, mas outras - em muito maior quantidade, eu diria - acham conveniente considerá-lo perigoso.
O presidente iraniano está entrando em seu sexto ano no cargo, a República Islâmica está mais dividida do que nunca, a juventude iraniana foi brutalizada e há um programa nuclear que, um pouco como o "processo de paz" no Oriente Médio, persiste desafiando uma definição ao mesmo tempo que desafia um desfecho.
Li com interesse num artigo recente de meus colegas John Markoff e David Sanger que "no ano passado, as estimativas israelenses sobre quando o Irã terá uma arma nuclear haviam sido estendidas para 2014". Considerando que vários líderes israelenses previram que o Irã teria uma bomba em 1999 ou 2004, ou em cada ano desde 2005, uma década e meia se passou sem o lobo aparecer à porta.
Claro, essas previsões são necessariamente aleatórias, as centrífugas de Natanz já podem ser infectadas por vírus de computador como o Stuxnet, e cientistas iranianos parecem pistaches iranianos: estão à venda. Mas há nisso tudo um padrão perigoso de alarmismo israelense e americano.
Precisamos de cabeças frias. As alusões nazistas insustentáveis, abundantes no caso do Irã, rebaixam as vítimas do Holocausto e conduzem a guerras desastrosas. Uma guerra sangrenta foi travada no Afeganistão, vizinho ocidental do Irã. Convém lembrar, contudo, que Saddam Hussein disse a seus captores que havia cultivado uma ambiguidade nuclear como elemento de dissuasão apesar de seu programa ser precisamente nulo.
O que dizer do programa nuclear do Irã? O Irã continua signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear; inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estão em Natanz; o número de centrífugas que estão sendo usadas para fazer urânio pouco enriquecido (longe do grau necessário para armas) caiu 23% desde maio de 2009 e a produção estagnou; agências de inteligência americanas sustentam que o Irã não tomou a decisão de construir uma bomba; qualquer decisão de "ruptura" seria anunciada porque a AIEA seria expulsa; o tempo entre a "ruptura" e uma arma capaz de ser disparada é significativo.
Estou com Mark Fitzpatrick, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, que disse este ano ao jornal The Washington Post: "O Irã prosseguirá de um jeito ou de outro na formação de seu estoque, mas jamais fará uma bomba nuclear porque sabe que cruzar essa linha provocaria um ataque militar imediato." A República Islâmica é um caso de estudo desse tipo de confusão, mas é lúcida sobre um único objetivo: a autopreservação.
Portanto, sobra tempo. Mas a indústria dos vaticínios está empolgada, com Jeffrey Goldberg, da revista The Atlantic, declarando que o governo de Barack Obama "sabe que é uma quase certeza que Israel agirá contra o Irã em breve se nada ou ninguém interromper o programa nuclear" e estabelecendo "uma chance acima de 50%" de que Israel atacará até julho de 2011.
Michael Oren, o embaixador israelense nos Estados Unidos, usou o Yom Kippur, em setembro, para fazer um discurso agourento em sinagogas, advertindo sobre as escolhas fatídicas colocadas a Israel por "um Irã radical, genocida". Oren teve menos para dizer - e a maior parte disso depreciativa - sobre as conversações de paz diretas entre israelenses e palestinos inauguradas com pompa duas semanas antes na Casa Branca e já em compasso de espera.
Sim, Ahmadinejad é o bicho-papão do montador de elencos. Uma das coisas para as quais ainda temos tempo, se não estivermos brincando com o espectro do Irã, é dar um sério impulso às negociações israelense-palestinas, o que enfraqueceria ainda mais o presidente iraniano.
Eu não espero isso, contudo. E aí vão outras duas previsões: Obama não atacará o Irã e Israel não o fará tampouco. Nem até julho, nem nunca. O Irã é um tigre de papel, uma ameaça pós-moderna: ele tem muitas utilidades, mas uma terceira guerra do Ocidente contra um país muçulmano seria fora de propósito. / TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK
É COLUNISTA DE POLÍTICA EXTERNA


Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,ira-o-tigre-de-papel-da-politica-internacional,626652,0.htm

Postado por: Tarcisio Cardoso

Bersani assume responsabilidade como mais votado e propõe reformas

Roma, 26 fev (EFE).- O líder da centro-esquerda da Itália, Pier Luigi Bersani, afirmou nesta terça-feira que assume a responsabilidade como líder da coalizão mais votada nas eleições gerais do país e anunciou que irá propor ao novo Parlamento um plano de governo com uma série de reformas.

Em seu primeiro comparecimento público após ser divulgado os resultados da votação, Bersani reconheceu que as eleições representaram uma rejeição à atual política. O líder disse que era consciente do "dramatismo" e dos "riscos" que existem para a Itália com o temor da ingovernabilidade, mas que apesar disso não quer se submeter a "diplomacias".

"Para nós se trata de perceber com simplicidade e consciência o que sai destas eleições, insistindo na vontade de sermos úteis ao nosso país. Nós, de todas as maneiras, recebemos destas eleições um grande senso de responsabilidade", afirmou Bersani.

Leia a reportagem completa em : http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/bersani-assume-responsabilidade-como-mais-votado-e-propoe-reformas,e02cd298f041d310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html

Postada por: Tarcisio Cardoso

Na última audiência, Bento XVI diz que papado teve 'águas agitadas'

O Papa Bento XVI disse nesta quarta-feira (27) que tem "grande confiança" no futuro da Igreja Católica e afirmou que seu papado teve "águas agitadas", ao falar publicamente pela última vez como pontífice, um dia antes de sua renúncia.

 Milhares de fiéis se reuniram na Praça de São Pedro, no Vaticano, para assistir à última audiência pública do pontificado de Bento XVI.

Falando à multidão, Bento XVI afirmou que seu papado, iniciado em abril de 2005, teve alegrias, mas também muitas dificuldades. O pontífice disse que enfrentou "águas agitadas e vento contrário".
"O Senhor nos deu muitos dias de sol e ligeira brisa, dias nos quais a pesca foi abundante, mas também momentos nos quais as águas estiveram muito agitadas e o vento contrário, como em toda a história da Igreja e o Senhor parecia dormir", disse.
Mas ele afirmou ter fé em que Deus não vai deixar a Igreja "afundar".


"Estou realmente emocionado e vejo uma Igreja viva", disse o Papa, sempre bastante aplaudido pela multidão.
Ele voltou a afirmar que sua renúncia, anunciada de maneira surpreendente em 11 de fevereiro, foi decidida "não para seu bem, mas para o bem da Igreja", e reiterou que sabe "da gravidade e da novidade" da decisão que tomou.
"Amar a Igreja significa também ter a valentia de tomar decisões difíceis, tendo sempre presente o bem da Igreja, e não o de si próprio", disse.
O pontífice, de 85 anos, afirmou que "não vai abandonar a Cruz" e que, pela oração, vai continuar a serviço da Igreja.
"Minha decisão de renunciar ao ministério petrino não revoga a decisão que tomei em 19 de abril de 2005 (ao ser eleito Papa)", disse.
"Não abandono a cruz, sigo de uma nova maneira com o Senhor Crucificado, sigo a seu serviço no recinto de São Pedro", completou.
Bento XVI também pediu que os fiéis orem pelos cardeais que, após a renúncia, terão de eleger seu sucessor, em uma tarefa que ele considera difícil.
"Orem pelo meu sucessor! Que Deus os acompanhe", disse o Papa.



O Papa Bento XVI saúda os fiéis na audiência pública desta quarta-feira (27) no Vaticano (Foto: AFP)   
 
'Viva o Papa!'
O Papa apareceu para o público, no papamóvel, por volta das 10h40 locais (6h40 de Brasília). Ao longo de um passeio de cerca de 15 minutos pela praça, ele foi cumprimentado com gritos de "Bento! Bento!" e "Viva o Papa!".
O Vaticano distribuiu 50 mil entradas para a audiência, mas, segundo estimativa da Santa Sé, havia pelo menos 150 mil pessoas na praça para acompanhar a última aparição pública do Papa, um dia antes de sua renúncia.
Vários grupos de pessoas, entre religiosos, seminaristas e estudantes, com bandeiras amarelas (cor do Vaticano) e de países, estavam na praça. Cerca de 70 cardeais também participaram.


Veja a reportagem completa em:  http://g1.globo.com/mundo/renuncia-sucessao-papa-bento-xvi/noticia/2013/02/na-ultima-audiencia-bento-xvi-diz-que-papado-teve-aguas-agitadas.html




Postado por: Tarcisio Cardoso

Chávez decidirá data de sua posse

Supremo Tribunal de Justiça "não tem pressa", pois presidente "está no exercício do cargo"

A data da posse de Hugo Chávez no Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) será definida pelo próprio presidente, que regressou a Caracas há uma semana, revelou nesta segunda-feira (25) o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.
"Cabe ao comandante, quando considerar apropriado, convocar os senhores do Supremo Tribunal de Justiça para que efetuem este trâmite", disse Cabello, também vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Leia mais sobre a notícia no link: http://noticias.r7.com/internacional/chavez-decidira-data-de-sua-posse-26022013

Postado por: Pedro Silva Tunher

Obama cumprimenta Turquia por alta participação em referendo

WASHINGTON - O presidente americano, Barack Obama, cumprimentou a alta participação no referendo que este domingo foi realizado na Turquia para reformar a constituição, limitando os poderes da hierarquia judicial e do exército.

Obama "reconheceu a vitalidade da democracia da Turquia, assim como se reflete na participação", disse Robert Gibbs, porta-voz de Obama, depois de o presidente ligar para o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan.

Erdogan anunciou que entre 77% e 78% dos eleitores votaram e que 58% dos mesmos aprovaram as emendas propostas por seu governo.

Fonte:  http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/09/12/noticia_internacional,i=179441/OBAMA+CUMPRIMENTA+TURQUIA+POR+ALTA+PARTICIPACAO+EM+REFERENDO.shtml

Postado por: Mateus Vaz